quarta-feira, 19 de outubro de 2011

O HOMEM QUE DISSE TODA A VERDADE NA TELEVISÃO

Gostaria que os politicos tivessem esta frontalidade. Mas será que se assim fosse seriam politicos???


 

terça-feira, 30 de agosto de 2011

Frase do dia - 29-08-2011

"We are fast approaching the stage of the ultimate inversion: the stage where the government is free to do anything it pleases, while the citizens may act only by permission; which is the stage of the darkest periods of human history, the stage of rule by brute force." - Ayn Rand 

 Para pensar...



sábado, 11 de dezembro de 2010

Irresponsabilidade e incompetencia política

Dizem-me muitas vezes que sou “reclamão”. Talvez tenham razão! O que é certo é que olho para as coisas e não consigo deixar de pensar como poderiam ser melhores se fossem desta ou daquela maneira. E fico por vezes, revoltado com a ineficiencia e passividade de alguns em relação aquilo que vejo. Daí reclamar.


Exemplo disso: Rio de Janeiro! Depois de visitar o Rio, e do que aconteceu no final de Novembro, sinto que tenho de abrir a boca para reclamar novamente. Se ninguem reclama é porque está tudo bem, né? Olho para o Rio, e a ideia que fica, é que aquile lugar que tinha todo o potencial para se tornar numa cidade maravilhosa acabou por se tornar num pesadelo urbano. Fico incrédulo de pensar, como em todas estas décadas não houve (ou se houve, não teve resultados) uma politica de inverter a realidade cada vez mais flagrante no Rio, e nas cidades satélites. E não falo de dinheiro, mas de organização, de solidariedade social, e no minimo, de comprometimento com o cargo politico que os diferentes governadores tem ocupado. Houve algum planeamento urbano, algum plano familiar defendido pela assistencia social, alguma melhoria no sistema de ensino, alguma tentativa consistente de impedir que a miséria crescesse ano após ano? A resposta é obvia. O crime é só a consequencia. E agora o problema é tão grande que ninguem sabe como resolve-lo. E para resolver seriam precisas décadas de boa vontade e boa governança, que em minha modesta opinião valem mais que o dinheiro por si só.




sábado, 4 de dezembro de 2010

Wikileaks




E eis que surge um pessoal muita maluco! Não só o australiano com cara de tipo estranho que dá a cara, mas todo uma equipe por trás dele, e ainda o pessoal que contribui com o material propriamente dito. Admiro bastante a atitude deles, mas aquele pessoal é doidão. É preciso ser louco ou ter uns tomates bem grandes para fazer algo assim. E se contraria a tirania política-econômica dos EUA no mundo, mais admiração eu tenho por este ato de coragem, loucura, sei lá.

Pessoalmente, sou totalmente a favor da idéia de apresentar ao publico o que as pessoas que teoricamente representam o seu povo fazem. Sou totalmente a favor da exposição das mentiras, crimes e abusos de todos os tipos, que os governos encobrem. No caso de existir algum documento de origem "portuga", eu como cidadão português, que contribuo para o salário dessa gente (bem, no momento até não), que votei para me defenderem e para ser representado, tenho todo o direito de saber o que eles andam a fazer.

Se a política, ou os políticos tivessem ética, ou respeito pelas pessoas, isto até seria uma boa noticia para eles. Mas até o povo, inconscientemente, apoia de certa forma a posição do seu governo porque também acham que é uma violação dos segredos de estado, e é algo negativo para a segurança nacional, e pôe vidas em risco, etc. Puro cinismo... Mas ao mesmo tempo um medo obvio, pois não existe ética alguma na política hoje em dia. Se o outro pais tiver de se f.... para o meu país lucrar, azar o dele - esta é a mentalidade de todos, mas que é mais evidente nos paises ricos ocidentais. Portanto, a questão é: Até que ponto é legítimo esconder dos cidadãos segredos de estado?

Acho fantástico a razão de ser do site, e a coragem que eles tem tido. Só espero que eles consigam publicar todos os documentos que tem em mãos. Porque o publico, especialmente o ocidental, vai ter provas e vai entender que tipo de governantes realmente têm. E isto é super interessante. Será que os americanos e europeus vão aceitar e compreender os seus representantes? Ou seja, sendo a sociedade como é, e os cidadãos pondo-se no lugar nos politicos, fariam o mesmo? Os políticos visados no Wikileaks realmente defendem o seu pais, mas com que base? Da ética não é. O publico irá aceitar ou se revoltar contra a natureza destas ações? Infelizmente, creio que existirá um movimento de revolta inicial, mas a inercia da sociedade dará lugar a um cinismo do povo que providenciará a continuação deste tipo de situações no futuro.



Segue abaixo um vídeo da deputada brasileira Cidinha Santos expelindo toda a sua revolta com as irregularidades que sabe que existem e com a passividade da assembléia. Procurem nela algumas qualidades de alguem que vocês gostassem que vos representasse e defendesse, e comparem-na com a imagem do que sabem que existe por ai...

sexta-feira, 18 de junho de 2010

A media social afinal tem uma missão


"Jornalismo é publicar aquilo que alguem não quer que se publique. Tudo o resto ´publicidade. - George Orwell"



Eu - Meu, é sério... Ando indignado com tudo e todos... Irrito-me especialmente com a media, jornalistas, repórteres, locutores e por ai fora. Falam o óbvio, repetem-se uns aos outros, copiam as noticias dos outros e continuo sem saber nada de porra nenhuma...

Jornalista - Andava a surfar na net quando li o seu blog... Porque pensa assim?

Eu - Não me refiro ao trabalho de ninguem em particular mas sinto-me indignado como habitante do planeta terra, e vocês são em parte culpados.

Jornalista - Ah sim? Então porquê?

Eu - (Abano a cabeça) A porteira do prédio lá de casa dos meus pais numa viagem de meio minuto de elevador consegue contar-me mais contas sucintamente e com mais eloquência que você. Quer apostar?

Jornalista indignado - Então a porteira deveria se tornar jornalista? A nossa equipa lá no jornal poderia ser composta só de porteiras, então?

Eu - Essa é boa (risos)... Bom, admito que voces tem mais bom senso para distinguir o que é ou não interessante.

Jornalista indignado - É só isso que temos a mais que as porteiras????

Eu - Não. Voces tem de conhecer e aplicar técnicas jornalisticas e tal para falar para milhões de pessoas. O publico da porteira é a rua.

Jornalista indignado - Isso é uma grande diferença, não concorda? Acha que qualquer porteira contaria uma historia ou reportagem para milhões de pessoas como nós, jornalistas?

Eu - Não, claro que não. Mas ai é que está o problema... Eu prefiro ouvi-las... E sabe porquê?

Jornalista indignado - Porque?

Eu - Por duas razões: primeiro, porque são mais eloquentes; e segundo, por contam os porquês das coisas! - Coisas que voces só conseguem arranhar. Vocês tem um poder enorme. E esse poder acarreta uma responsabilidade ainda muito maior.

Jornalista indignado - ...

Eu - E mais: Vocês se acham... (abana a cabeça)

Jornalista indignado - Como não explicamos o porquê das coisas? Não aceito essas críticas!

Eu - Está no seu direito. Meu, voces enchem os telejornais cheios de comerciais, e quando não há nenhuma noticia interessante, o que voces fazem? Vão buscar aquelas historias para encher jornal, que sinceramente... Na boa, um telejornal de 15m está mais que bom de tempo. Para o tipo de trabalho que vocês fazem dá perfeitamente. O resto é palha.

Jornalista indignado - Isso na televisão. E como explica as audiências em horário nobre dos telejornais?

Eu - Piorou! Quer entrar por ai? Muito bem! Eu vejo isso como um pau de 2 bicos? infelizmente, vocês também tem a missão de educar e exigir mais do povo. Mas preferem o lucro fácil. Meu, até Big Brother aparece em destaque nessa coisa que chamam telejornal... O mundo está virado do avesso e vocês pôem o povo ao corrente das noticias do BB no telejornal. Se há uma guerra, eu quero saber o que está acontecendo. Não quero um anormal no meio dos tiros, durante meia hora aparecendo na tv, só para ficar contando que está havendo troca de tiros em Bagdad entre americanos e civis e que já fez x mortos. Essa informação é básica e deve ser passada por imagens e texto sucinto em alguns segundos. Se tem pessoas morrendo, eu quero saber porque a porra do EUA estão lá deitando bombas na população. Quero que façam o vosso papel de detetives e contem não só o que está acontecendo, mas o porquê. Se eu não souber o porquê, só vou saber metade. Às vezes nem isso... O povo precisa saber que os EUA, o Reino Unido precisam de fazer dinheiro e explorar os recursos dos mais fracos para estabilizar a sua economia. Ou isso, ou outra razão verdadeira que seja. Queria ver pressão para a verdade sair. Mas não. Ligo a TV e vejo BB no telejornal, noticias se repetindo e contando o obvio...

Leitor - Desculpe interromper... Eu ouvi a discussão e tenho de defender o jornalismo. Acho que é uma missão muito nobre. Acho a maioria das informações e curiosidades do telejornal interessantes.

Eu - Tudo bem. Mas isso foge ao ponto... Tem gente morrendo por tudo quanto é lado na terra. Estamos na era do apocalipse... Existe guerra, doenças, fome e conceito de religião todo deformado. E estes "jornalistas" habituaram o povo que isso é algo normal. Eles tem de fazer a sua parte. Não podemos consentir que assim seja. Qualquer dia vem um maluco, pega numa bomba nuclear e explode com um continente inteiro e toda a gente se pergunta como foi e porquê? E ninguem sabia, que desde há mais de 30 anos, aquele povo era explorado a todos os niveis por paises ricos e capitalistas. Que viviam em condições sub-humanas, morriam de fome e de doenças, sendo um pais rico em recursos. E um dia aparece lá um maluco que diz basta! E nenhum de nós sabe! Mas sabe que a Maria das Couves vai sair do BB, que a senhora de 80 anos que vive no cimo da rua foi atropelada quando ia passeando o cão e que o motorista fugiu, e as cheias continuam lá na pqp...

Jornalista Indignado - OK, entendi o seu ponto! Mas e as audiencias? Você quer por as pessoas a ver todo o santo dia imagens de crianças e familias sofrendo com guerras? Sempre batendo as mesmas noticias, as mesmas conseqüências? O mundo está farto de saber que os indianos passam fome, que os árabes sofrem com a guerra, que os africanos vivem na miséria. Isso não seria um tele-jornal. Não apresentaria noticias mas seria um conjunto de mini reportagens de algo que toda a gente já sabe... Um tele-jornal implica dar noticias. E noticias são suposto serem novas. Não é por acaso que a lingua inglesa chama noticias de "news".

Eu - Eu entendo tudo isso. Mas hoje já ninguém liga que 40 milhões de pessoas em África morram de fome... Já toda a gente sabe. Ninguém quer saber mais, não é novidade. Além disso, eles nem sabem se resolver entre si. Somos nós que vamos resolver o problemas deles? Eu entendo, eu sei... Ainda assim, não é justo, não pode ser considerado de bom senso, 2 terços do mundo andarem "todos fodidos" e isso não aparecer em noticias, reportagens, crônicas, o que seja... Não me conformo com isso... A minha questão é: não são os jornalistas também responsáveis por influenciar a opinião publica? O mundo está na merda... Cabe a vocês trabalhar a opinião publica, para tornar as pessoas menos insensíveis. A gente vê e lê imagens e noticias tão desoladores todos os dias nos noticiarias e jornais, que para viver a nossa vida normalmente temos de criar uma barreira invisível todos os dias. Isso não é nos afastar da nossa própria humanidade? Pensem nisso...


quarta-feira, 17 de março de 2010

Pensamento do dia - 16-03-2010

“Os escravos do século XXI não precisam ser caçados, transportados e leiloados através de complexas e problemáticas redes comerciais de corpos humanos. Existe um monte deles formando filas e implorando por uma oportunidade de trocar suas vidas por um salário de miséria.

O “desenvolvimento” capitalista alcançou um tal nível de sofisticação e crueldade que a maioria das pessoas no mundo tem de competir para serem exploradas, prostituídas ou escravizadas.” — Luther Blissett

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Crenças

"Certo dia um homem foi a Gautama Buda pela manhã e lhe perguntou: "Deus existe?" Buda olhou o homem por um momento e então disse: "Sim". O homem não pôde acreditar, pois tinha ouvido que Buda não acreditava em Deus. Agora, o que fazer com o seu sim? Um de seus discípulos mais íntimos, Ananda, estava com ele. Ananda ficou chocado, pois Buda nunca tinha falado com tamanha certeza, sem nenhum "se" ou "mas", um simples sim.

À tarde um outro homem veio e lhe fez a mesma pergunta: "Deus existe?". E Buda respondeu: "Não, de maneira nenhuma". Agora as coisas ficaram ainda mais complicadas! Ananda estava explodindo por dentro, mas isso ainda não foi nada. Ao anoitecer um terceiro homem veio,
sentou-se em frente de Buda e perguntou: "Você pode dizer alguma coisa sobre Deus?" Buda olhou para ele, fechou os olhos e permaneceu em silêncio, e o homem também fechou os olhos. Eles ficaram sentados em silêncio por meia hora, e então o homem tocou os pés de Buda e disse: "Obrigado pela resposta", e foi embora.

Ora, isso foi demais. Ananda fervia por dentro. Quando todos se foram, ele simplesmente deu um salto e disse: "Isso é demais! Pelo menos conosco, pobres discípulos, você deveria ter cuidado. Aqueles três homens não ouviram as três respostas; eles ouviram apenas uma. Mas estamos com você e ouvimos todas as respostas. Você também deveria pensar em nós... estamos enlouquecendo. Se isso continuar, o que nos acontecerá?"

Buda respondeu: "Você deveria se lembrar de uma coisa. Primeiro, aquelas perguntas não eram suas, e aquelas respostas não foram dadas a você. Por que você deveria se preocupar com elas? Elas não são da sua conta, mas são algo entre mim e aquelas três pessoas." Ananda disse: "Isso eu posso entender, a pergunta não era minha e você não respondeu para mim. Mas tenho ouvidos e posso ouvir, ouvi as perguntas e ouvi as respostas, e todas as três eram contraditórias. Primeiro você diz sim, depois diz não, e depois fica em silêncio e nada diz.

Buda comentou: "Você pensa na vida em termos absolutos, e esse é o seu problema. A vida é relativa. Para o primeiro homem a resposta foi sim e era relativa a ele, estava relacionada com as implicações de sua questão, de seu ser, de sua vida. O homem a quem eu disse sim era um ateu e não quero dar suporte a seu ateísmo estúpido." Mesmo se um pequeno espaço for deixado inexplorado... talvez Deus exista naquele espaço. Só quando você investigou toda a existência é que pode dizer com absoluta certeza que Deus não existe. A mesma pergunta vinda de uma outra pessoa poderia ter uma outra resposta. E foi isso que aconteceu quando respondi "não" ao segundo homem. A pergunta foi a mesma, as palavras foram as mesmas, mas o homem atrás daquelas palavras era diferente, portanto mudou a relação entre as palavras e as implicações. O segundo homem era um idiota tal qual o primeiro, mas no pólo oposto. Ele acredita que Deus existe, e veio receber apoio para sua crença. Não dou apoio para à crença de ninguém, pois a crença como tal é a barreira. Não importa que crença seja, verdadeira ou falsa. Nenhuma crença é verdadeira, nenhuma crença é falsa, todas as crenças são simplesmente estúpidas. Precisei dizer "não" para aquele homem.

"E o terceiro veio sem crenças. Ele não me perguntou se Deus existe. Não, ele veio com o coração aberto, sem a mente, sem crenças, sem ideologias. Ele era realmente uma pessoa sã e inteligente. Ele me pediu: "-Você pode me dizer algo sobre Deus?" Ele não estava buscando apoio de ninguém para seu sistema de crenças, não estava perguntando com uma mente preconceituosa, mas pedindo uma experiência. Pude perceber que aquele homem não tinha crença dessa ou daquela natureza, ele é inocente. Com uma pessoa tão inocente a linguagem não tem sentido. Não posso dizer sim nem não, apenas o silêncio é a resposta. Então fechei os olhos e permaneci em silêncio."

- Gautama Buda por Osho Buda.


Li esta historinha zen e apeteceu-me copiá-la para cá. A historia fala sobre crenças, e a frase principal é: " Nenhuma crença é verdadeira, nenhuma crença é falsa, todas as crenças são simplesmente estúpidas." Discutível? Depende do ponto de vista... O meu ponto de vista diz-me que nenhuma crença pode ser interpretada realmente como verdadeira ou falsa, pois o meu conceito de realidade está confinado às minhas percepções e principalmente à minha consciencia. Se a minha consciencia é limitada, a minha noção de realidade será limitada, assim a minha verdade será limitada. Resta-nos tentar expandi-la. E foi isso que Buda tentou fazer.